Doença muito comum, a hérnia inguinal é uma saliência
de parte do conteúdo intra-abdominal, que pode ser tecido adiposo, alças do
intestino grosso ou do intestino delgado através de um orifício na parede
abdominal, mais precisamente na região inguinal. Essa hérnia pode ocorrer em um
ou nos dois lados da virilha e é muito mais frequente em homens do que em
mulheres.
Há dois tipos de hérnias inguinais: a hérnia
inguinal indireta e hérnia inguinal direta.
A hérnia inguinal indireta é o tipo mais visto e é
mais comum em homens. Esse tipo de hérnia se forma pela passagem da alça
intestinal para o interior da bolsa escrotal através de um ponto frágil. Pode
ocorrer em bebês prematuros, pois eles não têm o tempo necessário para o
fechamento do canal inguinal.
A hérnia inguinal direta ocorre somente em homens. Ela
se forma em um ponto da parede abdominal enfraquecida que se rompe, provocando
a penetração de uma parte do intestino na bolsa escrotal. Atividades que exigem
grande força física podem facilitar o aparecimento de hérnias, assim como
alguns fatores como constipação intestinal crônica, obesidade, tabagismo,
doenças da próstata, do pulmão, do fígado ou coração, pois eles aumentam a
pressão intra-abdominal, podendo causar hérnias.
Os sintomas da hérnia inguinal são:
Saliência em um ou nos dois lados da virilha;
Em homens, observa-se o saco escrotal inchado;
Desconforto ou dor, principalmente ao fazer algum
esforço físico;
Sensação de fraqueza ou pressão na virilha.
Não há nenhum tipo de prevenção para a hérnia
inguinal, mas ao notar o aparecimento de uma hérnia é importante que a pessoa
procure um médico para que sejam tomadas as providências adequadas. As hérnias
que não forem tratadas no início podem provocar o encarceramento do intestino,
o que faz com que o sangue deixe de circular, causando necrose e ameaçando a
vida do indivíduo.
Segundo o médico Paulo Alberto Corrêa,
médico-cirurgião do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo (SP), o único
tratamento para a hérnia inguinal é a cirurgia. “A cirurgia é o único
tratamento eficaz para as hérnias e o portador se beneficiará se procurar
atendimento médico numa fase precoce da doença”.
Problema é mais comum em homens e tem a cirurgia
como único tratamento
Tire oito dúvidas sobre hérnia inguinal
POR LAURA TAVARES
Problema que ocorre na região da virilha, a hérnia
inguinal é desconhecida pela maior parte das pessoas, embora, segundo o
cirurgião do aparelho digestivo Pablo Alberto Miguel, membro da American Hernia
Society, atinja 15% da população. Esse tipo de hérnia, mais comum em homens na
idade adulta, ocorre pela insinuação dos órgãos abdominais, como o intestino,
por um orifício até o saco escrotal, no caso dos homens, ou pelo canal pelo
qual passa um ligamento responsável pela sustentação da vagina, no caso das
mulheres. Com a ajuda de especialistas, esclarecemos as principais dúvidas
sobre o tema. Confira.
1.
O que é hérnia inguinal?
Consulta
médica
Segundo o cirurgião gastroenterologista Fábio Hsu
Tsu Kai, do Hospital São Luiz, hérnia é qualquer protrusão ou deslocamento do
conteúdo abdominal por um orifício natural ou acidental. O termo
"inguinal" indica que esse conteúdo passa pela parede abdominal na
região da virilha. Ela pode ser bilateral, quando ocorre dos dois lados, ou
unilateral, quando ocorre só de um lado. Ela também pode ser direta ou
indireta. "A direta ocorre quando há um afrouxamento da musculatura e,
assim, o extravasamento do conteúdo abdominal se dá por um simples
oportunismo", explica. Já a indireta acontece quando o conteúdo abdominal
passa para a bolsa escrotal por um ponto frágil, chamado anel herniário.
2.
Quais os fatores de risco?
"Pessoas que tiveram casos de hérnia inguinal
na família estão mais propensas a ter o problema", diz Fábio. A hérnia
inguinal também costuma acometer mais homens do que mulheres. Embora possa
ocorrer em qualquer idade, ela é mais frequente na fase adulta. Neste caso, a
causa mais comum é o enfraquecimento da musculatura abdominal, que ocorre
naturalmente conforme envelhecemos.
No caso das mulheres, a hérnia se forma em um canal
pelo qual passa um ligamento responsável pela sustentação da vagina. Já em
crianças do sexo masculino, o problema está relacionado a uma persistência da
musculatura no momento em que os testículos descem para a bolsa escrotal. Tal
acontecimento deixa um canal aberto na região da virilha que permite a
insinuação do conteúdo abdominal.
3.
Como se prevenir?
"A única maneira de prevenir a hérnia inguinal
é evitando forçar a musculatura abdominal, portanto, não faça exercícios
físicos muito pesados e consuma fibras para facilitar a evacuação", aponta
o cirurgião do aparelho digestivo Pablo Alberto Miguel. Mesmo assim, isso não
impede a ocorrência do problema, afinal, uma simples tosse já estimula os
músculos abdominais.
4.
Quais os sintomas?
Dor na região abdominal e um abalamento (como se
fosse um caroço) na região da virilha são os principais sinais da hérnia
inguinal, explica Pablo.
5.
Quais as opções de tratamento?
"Como é um problema mecânico, a única solução é
um procedimento cirúrgico que pode ser feito por corte ou por
laparoscopia", esclarece Fábio.
6.
Quais as possíveis complicações do problema?
De acordo com o cirurgião Fábio, a principal
complicação da hérnia inguinal é o encarceramento e estrangulamento do conteúdo
abdominal que entrou pelo orifício da parede abdominal. "Assim, uma alça
do intestino, por exemplo, pode necrosar dentro dessa abertura, tornando a
cirurgia muito mais complicada", afirma.
7.
Como é a cirurgia?
Se não houver qualquer complicação, como necroses ou
obstruções, a cirurgia é bastante simples, com taxa de reincidência de
aproximadamente 4%. Durante o procedimento, é colocada uma espécie de tela na
parede abdominal do paciente para fechar o orifício.
8.
Após quanto tempo posso voltar às atividades normais?
"O paciente costuma ser liberado no mesmo dia
ou no dia seguinte após a cirurgia", afirma Fábio. Recomenda-se evitar
esforços físicos pesados nos primeiros três meses de recuperação, mas, segundo
o cirurgião, a cicatrização total ocorre apenas seis meses após o procedimento.
O paciente também pode ter relações sexuais 15 dias após a cirurgia, mas com
cautela. Entretanto, esse período depende do caso e do estado geral de saúde do
paciente, por isso, atenha-se às especificações do seu médico.
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