O vírus H3N8 é perigoso e pode causar desde uma simples
tosse a um sangramento nos pulmões ou pneumonia.
Durante o inverno, estação em que aumenta a probabilidade de
gripes e resfriados, os cães devem receber uma atenção especial. Neste período,
o cão corre um risco maior de contrair a gripe canina, que pode gerar
sangramento nos pulmões e até pneumonia. Por isso, entenda o que é essa gripe,
como detectá-la e como ela precisa ser tratada.
O vírus conhecido como H3N8 é um tipo específico do vírus
influenza que causa a doença em cães, mas não em seres humanos. Ele foi
inicialmente um vírus de contaminação específica dos cavalos, modificando-se e
adaptando-se para o organismo de animais menores, os cachorros. Com uma rapidez
na transmissão, acredita-se, agora, que a doença só seja transmitida nos cães,
tendo mudado o foco do hospedeiro com o passar dos anos.
O vírus foi descoberto há mais de 40 anos e, apenas em 2004,
houve a notícia que um cão havia sido contaminado. Ele foi diagnosticado
primeiramente na raça galgo, apenas depois se disseminando para outras raças.
A gripe é transmitida pelo contato direto via secreções
respiratórias, como a gripe humana é transmitida para as pessoas. O H3N8 pode
entrar no organismo dos animais com contato do cão infectado, objetos
contaminados e por pessoas que possam estar com as mãos ou roupas com o vírus
espalhado. Ele pode permanecer vivo em superfícies por até 48 horas, em roupas
por no máximo um dia e nas mãos por 12 horas. Nos animais contaminados, o vírus
fica multiplicado em um alto nível nas secreções nasais por volta de dois a
quatro dias, podendo se espalhar por até 10 dias. Muitas vezes, no período em
que os cães não aparentam sinais clínicos da doença (primeiros dois dias), é
quando mais prolífero o vírus está.
Sinais do vírus no cão
Em 80% dos cães que adquirem a doença, os sinais são leves e
podem incluir uma tosse incômoda e persistente, sem melhora por tratamento,
alguns espirros, febre e coriza.
“Suspeitamos que o cão esteja com o vírus se o animal
estiver mostrando os sinais da doença, mesmo que ela não seja diagnosticada
apenas com os sinais clínicos, necessitando um teste de anticorpo específico
para resultados mais exatos” explica Aldo Macellaro, veterinário e proprietário
do Clube de Cãompo. São realizadas duas coletas de sangue, uma retirada no
momento em que há a primeira suspeita do vírus e a segunda apenas 10 a 14 dias
mais tarde. “Se o cão for levado ao médico logo no começo, que são 72 horas
após os primeiros sinais, as secreções nasais podem ser testadas para confirmar
a presença do H3N8” complementa.
Tratamento
A gripe canina não tem um tratamento específico, mas o
animal precisa de cuidados como ingestão de líquidos para não haver
desidratação, uma boa alimentação e antibióticos para prevenir ou tratar uma
infecção secundária, especialmente em casos de pneumonia ou quando há secreção
nasal de cor esverdeada e densa. Embora raros, em casos mais graves, alguns
cães podem necessitar de auxílio respiratório com oxigênio.
“Todos os animais que demonstram algum sinal de infecção
respiratória devem ficar isolados dos outros cães por, pelo menos, duas
semanas” explica o veterinário. Todos os objetos, roupas ou superfícies que
possam ter tido contato com o animal e com o vírus devem ser limpos e
desinfetados. O vírus morre quando eliminado dessa forma, com desinfetantes do
dia a dia. As pessoas devem ter higiene nas mãos antes e depois de ter contato
com o cão que mostra sinais da infecção. “É muito importante que outros animais
não compartilhem brinquedos ou pratos de comida e água com o cão infectado”.
Há uma vacina específica disponível, que infelizmente não
irá tratar a doença e nem evitá-la totalmente, mas pode diminuir drasticamente
a gravidade da mesma, caso o cão seja infectado. A vacina também ajuda a
diminuir o quanto de vírus é espalhado no ambiente, já que os vacinados são
menos propensos a transmitir o vírus. Os veterinários recomendam que apenas os
que têm contato com uma grande de animais devam tomar a vacina, como os que
moram em um abrigo, em canis, frequentam parques de cachorros ou habitam casas
com vários outros cães.
Fonte: Clinica Veterinaria Sírius
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